Estou cheia de tudo, de prazer e sobretudo de conquista. Acabei a ter um pedaço do teu mundo, como sempre desejei. Estar no teu abraço forte, reconfortante, foi como renascer, recomeçar. Ficámos ambos parados, de pé, mãos caídas ao longo do corpo e olhámo-nos sem pestanejar.
- És tu? Perguntei com voz sumida.
Não respondeste, sorriste e vi-te abrir os braços para que me aninhasse no teu peito que batia forte num respirar descompassado. Acabámos nem sei como, numa cama de um motel barato, o único que encontrámos mais perto do desejo que parecia não conseguirmos aguentar. Fizemos amor como se o fim do mundo estivesse para chegar, sôfregos, incrédulos, loucos de desejo acumulado e prestes a rebentar com a nossa capacidade de dar e sentir. Não senti qualquer inibição, não pedi uma única vez que parasses ou me queixei sequer da força com que entravas em mim, parecia que acabaríamos a fundir-nos um no outro e que todo o tempo deste mundo não bastaria para nos saciar do muito que desejámos um do outro. Foi bom, melhor do que tantas vezes sonhei e esperei. Foste tu, aquele a quem sempre reconheci e desejei. Fazer amor contigo está para além do real, é toda a minha carne, pele e suor a implorarem para que me consumas, que me gastes o desejo. Ter-te é mais do que consigo suportar, és quem reconheço e de quem necessito para continuar. Nada fazia sentido antes e rapidamente deixará de o fazer se não te tiver. Já nem as palavras que antes buscava cuidadosa, me importam mais. Para quê esconder, fingir, sussurrar se é a ti que quero, se apenas contigo me tenho de volta?
Arranhavas-me e mordias o pescoço que ias apertando e sugando. Lambias todo o meu corpo que estremecia descompassado, descontrolado, teu, pronto, sedento. Eu mexia-me e remexia acompanhando os teus movimentos, tentando que nada mais corresse depois de nós, deste momento que ao mesmo tempo me parecia surreal, não fosse a dor, o prazer, o teu peso, a tua boca quente, a tua língua, os teus dedos que me apertavam e eu juraria que não poderia estar a acontecer. Não assim, não aqui, não agora! Puxavas-me pelas ancas, levantando-me determinado, eu conseguia ouvir-me gemer, implorar já, chorar de tanto, de ti que agora eras meu, de mim que não te fugiria mais.
- Amo-te, amo-te tanto que vou rebentar por dentro!
Não vais voltar a sair de mim, nunca mais, vou-te ter uma e outra vez, tantas quantas o meu corpo aguentar. Juro que nunca mais deixarei algo por dizer, que serás sempre tu tão importante quanto eu mesma, que o meu prazer será teu, contigo... prometo!
Estou cheia de tudo, de prazer e sobretudo de conquista. Acabei a ter um pedaço do teu mundo, como sempre desejei. Estar no teu abraço forte, reconfortante, foi como renascer, recomeçar. Ficámos ambos parados, de pé, mãos caídas ao longo do corpo e olhámo-nos sem pestanejar.
- És tu? Perguntei com voz sumida.
Não respondeste, sorriste e vi-te abrir os braços para que me aninhasse no teu peito que batia forte num respirar descompassado. Acabámos nem sei como, numa cama de um motel barato, o único que encontrámos mais perto do desejo que parecia não conseguirmos aguentar. Fizemos amor como se o fim do mundo estivesse para chegar, sôfregos, incrédulos, loucos de desejo acumulado e prestes a rebentar com a nossa capacidade de dar e sentir. Não senti qualquer inibição, não pedi uma única vez que parasses ou me queixei sequer da força com que entravas em mim, parecia que acabaríamos a fundir-nos um no outro e que todo o tempo deste mundo não bastaria para nos saciar do muito que desejámos um do outro. Foi bom, melhor do que tantas vezes sonhei e esperei. Foste tu, aquele a quem sempre reconheci e desejei. Fazer amor contigo está para além do real, é toda a minha carne, pele e suor a implorarem para que me consumas, que me gastes o desejo. Ter-te é mais do que consigo suportar, és quem reconheço e de quem necessito para continuar. Nada fazia sentido antes e rapidamente deixará de o fazer se não te tiver. Já nem as palavras que antes buscava cuidadosa, me importam mais. Para quê esconder, fingir, sussurrar se é a ti que quero, se apenas contigo me tenho de volta?
Arranhavas-me e mordias o pescoço que ias apertando e sugando. Lambias todo o meu corpo que estremecia descompassado, descontrolado, teu, pronto, sedento. Eu mexia-me e remexia acompanhando os teus movimentos, tentando que nada mais corresse depois de nós, deste momento que ao mesmo tempo me parecia surreal, não fosse a dor, o prazer, o teu peso, a tua boca quente, a tua língua, os teus dedos que me apertavam e eu juraria que não poderia estar a acontecer. Não assim, não aqui, não agora! Puxavas-me pelas ancas, levantando-me determinado, eu conseguia ouvir-me gemer, implorar já, chorar de tanto, de ti que agora eras meu, de mim que não te fugiria mais.
- Amo-te, amo-te tanto que vou rebentar por dentro!
Não vais voltar a sair de mim, nunca mais, vou-te ter uma e outra vez, tantas quantas o meu corpo aguentar. Juro que nunca mais deixarei algo por dizer, que serás sempre tu tão importante quanto eu mesma, que o meu prazer será teu, contigo... prometo!
Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!
Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!
Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!
Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!
Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!
Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!
Há dias, como o de hoje, em que olho pela janela da minha vida, bem como para a outra que me acompanha na minha caminhada pelas palavras, a que me mostra se o sol brilha ou se pelo contrário as nuvens ainda escurecem mais um pouco a minha existência, e percebo que preciso e quero mais do que tenho. Quero ao meu lado, não à frente, ou atrás, mas no meu percurso, alguém que queira o mesmo que eu, que me dê a mão sem falar, que me acarinhe sem que eu peça, que me leve de volta ao mundo que tenho incessantemente perseguido, mas que continua teimosamente a fugir de mim. Quero e sonho um companheiro de caminhadas, de conversas até altas horas da noite, um homem de gargalhada fácil, com muito sentido de humor e que saiba rir de nós, do que nos completa e faz felizes, alguém bem mais forte do que eu e que não receie lutar por mim quando assim for preciso, quero a outra metade de mim, um colo, mas também alguém por quem forçar percursos, sim, porque por um companheiro à minha altura, percorreria caminhos sinuosos, subiria às montanhas mais altas, e no topo gritaria o seu nome, de braços bem abertos, cabelos ao vento e sorriso nos lábios, os mesmos com os quais sei beijar apaixonadamente e roubo o ar de que preciso para me manter viva.
Tenho muito e bem mais do que antes, mas continuo com a sensação de vazio na barriga que aperto quando acordo a recear não chegar lá ainda durante esta vida, não chegar a ter aquele que mesmo só, por vezes sinto ao meu lado, nas noites mais frias quando escrevo para deixar que os meus dedos ponham no papel o que o meu coração fala. Eu sei que mataria por um homem assim, que deixaria para trás o que agora tomo por certo, baixava a guarda, deixava-me ir, aceitava o que os Deuses me davam e apenas e só porque amar é o que faz o mundo mover-se, é o que consegue colorir tudo à sua passagem. Porque amar é renascer, é a sensação de discar o número e ouvir do outro lado a voz que nos faz estremecer, é abrir a correr o computador e aguardar que do outro lado a luzinha verde diga que ele chegou, está lá, nos espera.
- Olá meu amor, estava à tua espera.
Tudo passa a valer a pena, até os esforços sobre humanos de carregar o mundo nos ombros, de cuidar dos filhotes, de os manter felizes e a salvo, de gerir dois empregos, de parecer feminina, fresca, arrojada sem arrojar demasiado, de estar na medida certa, mesmo a rebentar por dentro. De levar o cão à rua já de rastos, quase de gatas, deixando que me arraste cheio de vontade própria, mesmo debaixo de chuva que intensa me lava as mágoas e a alma. Mesmo quando me largo no sofá a julgar que os meus minutos de silêncio chegaram, mas ainda me ligam em desespero porque os seus mundos desabaram. Todos os esforços valem a pena quando se sabe e se sente que do outro lado da vida está aquele que nos trará de volta, aquele a quem basta ver o sorriso para que até as nuvens entrem em rota de colisão, ordenando umas às outras que desapareçam, rápido, porque aquela pessoa, porque eu, quero sol, calor, esperança, o ventre a tremer de antecipação. Estou de novo agarrada a ele, apertando-o até que as costelas se ressintam, sei que estou viva, que te tive um dia e que voltarás de novo. Tu, aquele a quem sonho faz mais de uma vida, mas de quem preciso nesta. Quero-te de volta, preciso de ti, pronto disse-o e soube-me bem, fez-me sorrir, dar uma gargalhada por ter finalmente perdido o medo. Porque sei que não me basto a mim mesma, que é a ti que quero, porque tu és ele, sem mais explicações, apenas e só porque sim!
Há dias, como o de hoje, em que olho pela janela da minha vida, bem como para a outra que me acompanha na minha caminhada pelas palavras, a que me mostra se o sol brilha ou se pelo contrário as nuvens ainda escurecem mais um pouco a minha existência, e percebo que preciso e quero mais do que tenho. Quero ao meu lado, não à frente, ou atrás, mas no meu percurso, alguém que queira o mesmo que eu, que me dê a mão sem falar, que me acarinhe sem que eu peça, que me leve de volta ao mundo que tenho incessantemente perseguido, mas que continua teimosamente a fugir de mim. Quero e sonho um companheiro de caminhadas, de conversas até altas horas da noite, um homem de gargalhada fácil, com muito sentido de humor e que saiba rir de nós, do que nos completa e faz felizes, alguém bem mais forte do que eu e que não receie lutar por mim quando assim for preciso, quero a outra metade de mim, um colo, mas também alguém por quem forçar percursos, sim, porque por um companheiro à minha altura, percorreria caminhos sinuosos, subiria às montanhas mais altas, e no topo gritaria o seu nome, de braços bem abertos, cabelos ao vento e sorriso nos lábios, os mesmos com os quais sei beijar apaixonadamente e roubo o ar de que preciso para me manter viva.
Tenho muito e bem mais do que antes, mas continuo com a sensação de vazio na barriga que aperto quando acordo a recear não chegar lá ainda durante esta vida, não chegar a ter aquele que mesmo só, por vezes sinto ao meu lado, nas noites mais frias quando escrevo para deixar que os meus dedos ponham no papel o que o meu coração fala. Eu sei que mataria por um homem assim, que deixaria para trás o que agora tomo por certo, baixava a guarda, deixava-me ir, aceitava o que os Deuses me davam e apenas e só porque amar é o que faz o mundo mover-se, é o que consegue colorir tudo à sua passagem. Porque amar é renascer, é a sensação de discar o número e ouvir do outro lado a voz que nos faz estremecer, é abrir a correr o computador e aguardar que do outro lado a luzinha verde diga que ele chegou, está lá, nos espera.
- Olá meu amor, estava à tua espera.
Tudo passa a valer a pena, até os esforços sobre humanos de carregar o mundo nos ombros, de cuidar dos filhotes, de os manter felizes e a salvo, de gerir dois empregos, de parecer feminina, fresca, arrojada sem arrojar demasiado, de estar na medida certa, mesmo a rebentar por dentro. De levar o cão à rua já de rastos, quase de gatas, deixando que me arraste cheio de vontade própria, mesmo debaixo de chuva que intensa me lava as mágoas e a alma. Mesmo quando me largo no sofá a julgar que os meus minutos de silêncio chegaram, mas ainda me ligam em desespero porque os seus mundos desabaram. Todos os esforços valem a pena quando se sabe e se sente que do outro lado da vida está aquele que nos trará de volta, aquele a quem basta ver o sorriso para que até as nuvens entrem em rota de colisão, ordenando umas às outras que desapareçam, rápido, porque aquela pessoa, porque eu, quero sol, calor, esperança, o ventre a tremer de antecipação. Estou de novo agarrada a ele, apertando-o até que as costelas se ressintam, sei que estou viva, que te tive um dia e que voltarás de novo. Tu, aquele a quem sonho faz mais de uma vida, mas de quem preciso nesta. Quero-te de volta, preciso de ti, pronto disse-o e soube-me bem, fez-me sorrir, dar uma gargalhada por ter finalmente perdido o medo. Porque sei que não me basto a mim mesma, que é a ti que quero, porque tu és ele, sem mais explicações, apenas e só porque sim!