Trata bem do teu coração, para que juntos encontrem o melhor caminho!
A verdade é que tenho cuidado pouco do meu, camuflando o que sente e relegando-o para segundo plano, porque considero que o pragmatismo me protege, no entanto ele está "aqui", comigo, o tempo todo e precisa de ser ouvido e entendido. Preciso de me afastar dos ruídos ensurdecedores que me tolhem o discernimento e mantêm acordada até quando julgo dormir. Tenho que saltar do muro alto e colocar-me à vista do resto do mundo. É urgente que me defina e que bata ao pé quanto ao onde, o como e ao quando, porque no final dos dias, serei apenas eu ao leme dum barco que não pretendo desgovernado.
O que preciso para me sentir em casa, sossegando a eterna vontade de me mover? Qual a direcção certa para acertar o relógio interior e simplesmente pertencer? Como recuperar a génese, devolvendo-me o início que afinal também tive?
Eu e o meu coração vamos ter que conversar seriamente sobre o que nos move, tentando chegar a um consenso e prometendo-nos o cuidado que apenas nós nos devemos.
O que andas a fazer com a tua vida, tomando-a por garantida e achando que serás, sempre, capaz de continuar a escolher e a decidir? Porque razão te contentas com o que não te define, fazendo o que os outros consideram ser o teu caminho certo? Até onde é que acreditas que irás se continuares adormecida, desviada do teu foco inicial e incapaz de te afirmares?
As nossas diferenças complementam-nos, ou deveriam, porque o meu tempo poderá nunca ser o teu e porque o que tivemos, fomos e vivemos, carregará especificidades muito próprias, mas ainda assim com um denominador comum e por isso nos vemos. As nossas semelhanças poderão até ser circunstanciais, mas seguramente que nos levarão a esbarrar um no outro, mais facilmente, por isso mesmo.
Onde te colocas quando percebes que temos todos um lugar e que por isso nos devemos fazer valer do que mais ninguém é, ou consegue produzir? De que forma planeias assumir a tua identidade, não permitindo que existam fugas, ou desvios que te desvirtuem? Para onde caminhas quando já não te sentes no lugar certo, ou de que forma reencontras o que já deveria ser o teu lugar?
Não abdiques do que te caracteriza, mesmo e até quando parecer que não te pareces com mais ninguém, é que ser único e diferente apenas promove a diversidade e é isso que torna o mundo mais colorido.
A pergunta que me foi colocada, de forma bastante directa e quiçá até interessada, começou assim:
- O que precisavas que um homem tivesse?
- Bem, gostava para começar e se não for pedir muito, que tivesse 2 dedos de testa, mais especificamente, cérebro e que o usasse verdadeiramente.
. Um homem que saiba quando usar o A com H e que não coloque os acentos ao contrário. Quem chegar até mim, terá que perceber que irá lidar com uma mulher de palavras, por consequência, será necessário o seu uso adequado. Seguramente que não me prenderá pela barriga, até porque não gosto de comer, mas já pelas palavras, o normal é que desate a fugir após a segunda frase mal conjugada;
. Um homem seguro, forte, determinado e resolvido e não, não estou com febres altas;
. Um homem tranquilo, mas suficientemente inquieto para continuar a querer viver em pleno, sem demasiadas lamechices e que não se queixe de tudo o que não tem e do nada que não procura;
. Um romântico assumido, que goste de ver filmes a preto e branco, bem como comédias românticas, porque rir deixa-nos mais bonitos e apetecíveis;
. Um homem de alma bonita, íntegro e consciente do lugar do outro, porque já terá encontrado o seu;
. Um homem de mente aberta, sem ganchos que o prendam ao passado e que tenha como viver neste presente, sabendo de que forma se adaptar, ao invés de o tentar, sem sucesso, boicotar;
. Um homem que respeite os meus humores, dando-me o espaço que preciso, porque o conquistei, mas que se saiba insinuar para que sinta vontade de o ter por perto mais vezes;
. Um homem que tenha bagagens leves e que pratique o desapego, agarrando-se apenas ao que for verdadeiramente importante e essencial;
Por este altura já me está a rebolar os olhos e a coçar de forma impaciente a cabeça - porque raio lhe fiz esta pergunta? Estou tramado.
- Bem , acho que referi o essencial, pelo menos o que me deixaria com vontade de saber e ter mais. Assustei-te?
Não respondeu, nem a esta, nem a mais nenhuma, porque desapareceu à velocidade do meu pensamento, mas a verdade é que a uma mulher é sempre permitido sonhar e vou continuar a fazê-lo até que o dito cujo apareça, ou acorde de vez.
O que teremos ambos de especial para que nos tivéssemos levado na mesma direcção e nos víssemos de imediato? Quem somos enquanto o somos apenas nós e o que teremos de diferente quando nos aproximamos e parecemos querer o mesmo? Quem procurávamos, se é que o fazíamos, para que nos pudéssemos encontrar?
Espero que sejamos feitos da massa que nos manterá juntos para o nosso sempre e capazes de confirmar os motivos que nos juntaram. Tenho muita fé no que já construímos e acredito na vontade comum e férrea de permanecermos na mesma viagem e sempre ao lado um do outro. Acredito que ao acreditarmos no que nos confirma enquanto pessoas, teremos as ferramentas necessárias para nos continuarmos a ver, a ouvir e a cuidar.
Já nem sei quem era antes de o ser contigo. Já nem olho, ou tento recordar do que fazia e sentia antes de ter comigo. Já nem me importo com todos os desamores, falhas e escolhas erradas, porque cada uma delas me levou até a ti. Já não sou, claramente, a mesma pessoa e tenciono cimentar a diferença que nos mantém por aqui, empenhados, mas realistas.
O que teremos de tão especial para que tudo nos saiba a certo?
Adjusting to a new society is though. Knowing the right steps to emotional freedom a longing island, but it becomes harder when we´re talking about wealth. Buying and buying, getting more of what we actually don´t need, and showing, others, how much we are "worth" through what we have, impelles us to get there, but frustrates us when we don´t.
Where exactly are we now? What have we achieved and how much did we recede? Who do we expect to be in a few decades and what price do we have to pay to simply fit in?
I feel like we´ve just hit rock bottom when it comes to human behaviour, but has often said, once down, the only way is up. We´re kind of lost and disturbed by different views of the new era. Nothing is comparable or similar to what our parents and grand parents used to be, live and know, so we are crawling, getting the first steps and actually falling too many times.
What can we expect from now on? Who will save us from ourselves, once we choose to embarc on a journey of no return? Who will be safe and strong enough to resist the unknown?
Já tiveste o olhar que me prendeu e fez viajar no brilho que jurava conseguir ver. Já te fiz grande, cheio de boas intenções e capaz de me querer mais do que a qualquer outra coisa na vida. Já te vi para lá dos sonhos que sonhei de forma ininterrupta, sentindo que chegarias e chegaste. Já te amei e desculpei a falta de um amor igual. Já te pus à frente do meu lugar principal, mas finalmente acordei.
Quando paramos de desculpar o indesculpável e nos abrimos para os outros ângulos, os que na verdade estiveram sempre lá, sentimo-nos mais capazes, hábeis e resistentes. Quando desistimos de esperar pelo que não terá forma de acontecer, porque cada um carrega o que tem dentro, retomamos a viagem e paramos de nos segurar, porque o universo quer-nos em movimento e em constante crescimento. Quando usamos a razão a par da emoção, equilibramos os desníveis e afastamos os que de alguma forma, consciente ou inconscientemente, nos tentam anular. Quando conseguimos ler nas entrelinhas, percebemos que nos limitámos a criar quem nunca existiu.
Viver não carece de riscos emocionais ou físicos e talvez por isso mesmo seja tão incrível aprender a andar por aqui. Faço questão de atingir a mestria o mais breve que puder, evitando sentir-me qual rato na roda que nunca leva a lugar algum.
Será que ainda te lembras do que tinhas antes, a total liberdade nas escolhas e o estar onde, quando e com quem quisesses? Será que tens noção do poder que carregavas, sempre e de cada vez que ias e voltavas quando muito bem te apetecesse, mas ainda assim ficavas no mesmo lugar? Será que já olhas de forma consciente para os inúmeros abraços que podias ter dado, mas que desvalorizaste? Será que te bastam os momentos ao telefone e as mensagens que atiravas sem demasiado cuidado, mas que agora são pouco mais do que te resta?
Nunca se falou tanto em afectos, em demonstrações intencionais e sentidas do amor que julgámos estar sempre lá, no nosso formato e disposição. Nunca quisemos tanto querer, abraçar, cuidar e olhar nos olhos. Nunca nos sentimos tão sós e incapazes de simplesmente escolher o que ser e fazer.
Já é uma história mais do que antiga, a necessidade da perda para a posterior valorização. Só reconhecemos o que não podemos ter, porque só teremos o que nos permitir a vida, mas será que mudámos alguma coisa e nos prometemos o diferente? Permito-me duvidar, porque mal passe a tempestade, a aparente bonança levará para bem fundo da nossa curta memória, o que tanto nos custou. Foi-nos dada a possibilidade de reavaliar, mudar, usufruir, cuidar e dividir, mas tenho sérias dúvidas quanto à noção colectiva da necessidade de fazer diferente e melhor. Contino a esbarrar em muito conformismo e distanciamento emocional, porque só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja, mas mal o sol irrompe...
Será que já pesaste e mediste bem o que eras e fazias antes do mundo se virar ao contrário? Se a resposta for um não peremptório, o meu conselho é que te apresses, porque a vida não espera pelos indecisos e porque o mundo será sempre maior do que o teu "quintal", por consequência estarás e serás susceptível à sua vontade.
Preciso de vos confessar que tenho saudades de me sentir apaixonada, das borboletas na barriga e até das ilusões que criamos para que tudo se encaixe. Tenho saudades de disparar, de forma desmedida, a palavra amo-te, sem medo de não a ouvir de volta. Tenho saudades de saber que alguém adormece e acorda comigo no pensamento e que movimenta todo o seu universo para me incluir e manter feliz na felicidade de que já sou feita, porque apenas assim darei o que é necessário a quem me reconheceu. Já não me inibo de demonstrar a falta que me faz uma outra metade inteira, alguém com quem possa falar de tudo o que tenho dentro, sem inibições e sentindo, em todos os momentos, que as nossas diferenças não superam o que nos une.
Onde foram parar as certezas que me envolviam quando dizia que me teriam para sempre? Onde posso reencontrar quem esteja totalmente envolto na coragem que o amor exige? Onde me refugiei enquanto desistia de voltar a amar?
Preciso de sair do conforto aparente que a solidão me provoca e voltar a estar pronta para "te" receber. Quero que a inocência me envolva, uma vez mais, para que volte a acreditar que o grande amor da minha vida está para chegar. Tenho uma vontade ENORME de resistir a todos os embates da vida sem qualquer mazela, simplesmente por ter o coração cheio, pleno e pronto.
Preciso de vos confessar que por vezes vacilo, quebro e questiono toda a minha postura, mas que também sei e percebo, que enquanto não amar com o mesmo retorno, entrega e cumplicidade, não retirarei uma vírgula à segurança que o amor próprio me provoca. Tenho saudades de ter amor a baldes, é uma realidade, mas enquanto ele não chegar, vou continuar a ouvir e a dançar as músicas que me mantêm viva e quem sabe não as "ouves" também.
Arrependimentos, quantos tens e o que pretendes fazer com cada um?
Há muito que aprendi a não olhar demasiado para trás e a não esperar pelo que já não tem forma de regressar. Há muito que me sinto mais madura e segura desde que aprendi a aceitar o que carregam os outros, focando-me apenas no bem que me trouxeram. Já não procuro por razões que os justifiquem, até porque poderão nem existir, ao invés procuro pelas minhas, as que me levaram a querer, a acreditar e a esperar pelo que não tinham forma de me dar. Já me sei desculpar, pelas escolhas erradas e pela crença inusitada, porque na verdade todos dão, de uma forma ou de outra, sinais claros, no entanto decidi ignorá-los. Já não fico demasiado tempo no tempo que não me pertence, até porque só tenho este, o agora, o já.
Arrependimentos? Claro, uns quantos, mas deixei de os apontar e de manter vivos, agora tranquilizo-me para que possam apenas fazer parte do meu percurso. Vou seguramente continuar a acumular uns quantos, mas isso significará que ainda ando por aqui, a errar e a aprender.
Nem sempre vai correr tudo como planeaste, porque por vezes perderás o controlo do que consideravas certo. Nem sempre poderás seguir de acordo com o que viste, reviste e antecipaste, porque o mundo é feito de muito mais do que comportas, mesmo com a melhor das intenções.
Somos feitos de crenças, rituais, medos e lugares que nem sempre nos acolhem. Somos mais pequenos do que a vontade de mudarmos tudo à nossa volta, mas capazes, quando assim o decidimos, de nos agigantarmos e fazermos valer a razão que nos define. Somos responsáveis, em todas as instâncias, pelas escolhas que nos levarão onde finalmente estaremos seguros e em paz, ou que nos farão carregar o inferno às costas, queimando tudo e todos os que nos poderiam salvar de nós.
Nem sempre fará sentido aos outros, mas eles serão tão somente uma parte do quadro que pintas a cada dia e que deverá ter apenas as cores que te reflectem. Nem sempre terás algo de importante e válido a dizer, mas deverás, sempre e para sempre, dizer o que nunca provocar dúvidas, sobretudo a ti. Nem sempre vencerás, mantendo por perto quem aparentemente te iluminava os dias, mas terás sempre como saber com quem ficar e quando te dares a importância que mereces.