Dom | 20.05.12
A rebentar por dentro!
sueamado

Estou cheia de tudo, de prazer e sobretudo de conquista. Acabei a ter um pedaço do teu mundo, como sempre desejei. Estar no teu abraço forte, reconfortante, foi como renascer, recomeçar. Ficámos ambos parados, de pé, mãos caídas ao longo do corpo e olhámo-nos sem pestanejar.
- És tu? Perguntei com voz sumida.
Não respondeste, sorriste e vi-te abrir os braços para que me aninhasse no teu peito que batia forte num respirar descompassado. Acabámos nem sei como, numa cama de um motel barato, o único que encontrámos mais perto do desejo que parecia não conseguirmos aguentar. Fizemos amor como se o fim do mundo estivesse para chegar, sôfregos, incrédulos, loucos de desejo acumulado e prestes a rebentar com a nossa capacidade de dar e sentir. Não senti qualquer inibição, não pedi uma única vez que parasses ou me queixei sequer da força com que entravas em mim, parecia que acabaríamos a fundir-nos um no outro e que todo o tempo deste mundo não bastaria para nos saciar do muito que desejámos um do outro. Foi bom, melhor do que tantas vezes sonhei e esperei. Foste tu, aquele a quem sempre reconheci e desejei. Fazer amor contigo está para além do real, é toda a minha carne, pele e suor a implorarem para que me consumas, que me gastes o desejo. Ter-te é mais do que consigo suportar, és quem reconheço e de quem necessito para continuar. Nada fazia sentido antes e rapidamente deixará de o fazer se não te tiver. Já nem as palavras que antes buscava cuidadosa, me importam mais. Para quê esconder, fingir, sussurrar se é a ti que quero, se apenas contigo me tenho de volta?
Arranhavas-me e mordias o pescoço que ias apertando e sugando. Lambias todo o meu corpo que estremecia descompassado, descontrolado, teu, pronto, sedento. Eu mexia-me e remexia acompanhando os teus movimentos, tentando que nada mais corresse depois de nós, deste momento que ao mesmo tempo me parecia surreal, não fosse a dor, o prazer, o teu peso, a tua boca quente, a tua língua, os teus dedos que me apertavam e eu juraria que não poderia estar a acontecer. Não assim, não aqui, não agora! Puxavas-me pelas ancas, levantando-me determinado, eu conseguia ouvir-me gemer, implorar já, chorar de tanto, de ti que agora eras meu, de mim que não te fugiria mais.
- Amo-te, amo-te tanto que vou rebentar por dentro!
Não vais voltar a sair de mim, nunca mais, vou-te ter uma e outra vez, tantas quantas o meu corpo aguentar. Juro que nunca mais deixarei algo por dizer, que serás sempre tu tão importante quanto eu mesma, que o meu prazer será teu, contigo... prometo!