Dom | 06.12.15
O ontem!
sueamado
Feelme/O ontem! |
Nem sempre o conseguimos manter lá, no passado que nos deixou de feridas abertas, e não nos permitiu aceitar que precisávamos de mais, para continuar!
Quando o ontem se torna demasiado hoje, nada do que fazemos parece surtir efeito, e o esforço para arrumarmos o que deixou de existir mesmo antes de o pensarmos, mantém-se, insiste, segura-nos os passos.
O que faz falta? Olharmos para nós da forma certa, largando o que os outros se recusaram segurar, aceitando que não vai ser sempre da nossa maneira, mesmo com tudo o que parecemos ser capazes de dar. Na verdade importa muito pouco o que somos e a forma como nos damos, se não ecoar no outro, poderemos "falar" ininterruptamente, que nunca seremos ouvidos.
Como arrumar o ontem? Parando de o comparar, saindo da zona de conforto e alargando o nosso ciclo, de amigos, de desejos, e de projectos. Fazendo percursos mais longos, ocupando-nos, connosco, com o que tenha resultados visíveis e imediatos. Aceitando as nossas falhas e dando-nos tempo para as mudarmos. Apenas depois de repostas as energias mal canalizadas poderemos arrumar o ontem.
Menos pode ser mais, se for para a pessoa certa. Menos, em gotas seguras, encherá um copo rápidamente, mas sem o transbordar. Menos com alguns mais para compensar os intervalos, será a certeza que todos precisam para sossegar a alma. Menos, mas com o muito que se pretende dar, terá o resultado que se espera, mas se mesmo assim o ontem não se restaurar, deixando-nos prosseguir, então grita, arranca-te se preciso for, afasta-te do que muito provávelmente te matará um dia, e toma como certo apenas o que és, porque quando te voltares a sentir, serás quem alguém precisa, sem doses, sem medos, sem olhares de esguelha, sem palavras pensadas mil e uma vezes.
Se o ontem se recusar a deixar-te, larga-o tu, abana-te e procura quem te repita o que te recusas a ouvir.
Se o ontem te magoa, fecha a página, hoje mesmo, e pára de ser feita de nhanha, enrija-te e sê o que sabes ser melhor, tu mesma.